domingo, 8 de fevereiro de 2009
Sexo, suor e diálogo
Contos escritos em cima do lençol
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Eu sou hiperativa, e como tal, não consigo parar quieta um minuto sequer, nem depois de uma seção de sexo selvagem. Por isso, contrariando a maioria dos mortais, eu não durmo logo após transar, e para desespero do parceiro, meu negócio é conversar.
Chamemos meu interlocutor de Afonso.
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- Benzinho, acho que desloquei o osso da virilha!
- zZzZzZ...
- Benzinho???
- zZzZzZ...
- AFONSO CARALHO, TOU FALANDO CONTIGOOOOO
- Oi, oi... quê? O relatório já tá na tua mesa chefe.
- Que relatório homem de Deus? Tu tá sonhando com trabalho de novo?
- Porra Fauve, me deixa dormir, amanhã acordo mais cedo.
- Ai como eu sofro contigo viu? Insensível demais, eu aqui gemendo de dor por causa da virilha e tu nem tchum pra mim.
- Gemendo de dor depois de gemer de prazer não é bom sinal, que foi dessa vez? Quer dizer, qual foi a minha "brutalidade" dessa vez?
- Acho que foi naquela hora que trocamos de posição, tu deve ter forçado muito teu peso contra meus membros inferiores! rs...
- A gente só faz papai e mamãe daqui pra frente tá? Assim você não tem trabalho algum e eu durmo tranquilo depois da gente trepar. Boa noite amor, te amo!
- Papai e mamãe? Tu acha que eu sou quem? Aquela sua ex sem sal e frígida?
- Lá vem, eu e minha boca enorme. Minha deusa, você quer que eu masageie tuas virilhas pra parar de doer hã?
- Tu acha que agora vai me comprar com esses beijinhos (huuum...) e essa mão boba, seu insensível?
- (...)
- Benzinho, é mais na parte interna da coxa... isso isso, tá aliviando...
5 minutos depois
- Afonso? Afonso?
- ZzZzZ
- Dormiu com a boca pregada na minha virilha! Ai ai, vou amanhecer toda babada.
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Por Fauve

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